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O bem escasso de ouvir as pessoas


Reproduzimos na íntegra o texto publicado no passado dia 13 de Novembro no jornal Porto24, da autoria de Simão Freitas. Conheça a publicação original aqui.

"Instalado no Porto desde 2008, o Telefone da Esperança ouve aqueles que perderam o Norte. Este é, até agora, o ano com mais chamadas para o serviço de apoio a problemas emocionais.


O P24 falou com o presidente da instituição, que surgiu primeiro em Espanha, Teo Martin, que garante que “ouvir as pessoas”, precisamente aquilo que o Telefone da Esperança faz, das 16h às 22h todos os dias, é “um bem escasso”, e um fator decisivo na ajuda prestada a pessoas com problemas emocionais e distúrbios psicológicos.


O aumento no número de chamadas já se registou em 2014, quando tiveram quase 1000 chamadas, mas em 2015 disparou: a previsão é que atinja, até ao final do ano, as 2000. As razões apontadas por Teo Martin sao as esperadas. “A crise económica trouxe muitas repercussões às famílias, não só de teor económico mas também, por exemplo, de pais preocupados com as vidas dos filhos, se têm emprego, se podem pô-los na universidade, entre montes de outros temas”, garante.


Muitos queixam-se de “não verem sentido na vida, de não terem desejo de viver”, um flagelo que é fruto do stress e das dificuldades do dia a dia. “Aqui, queremos reverter isso e transmitir justamente esse desejo de viver”, explica Teo Martin, que tem uma equipa de 15 orientadores, em dois turnos diferentes, a atender as chamadas de todos os que ali procuram uma palavra, ou um ouvido, amigo. Mais horas em 2016


Mas não só pelo telefone se presta ajuda. A instituição leva a cabo, todos os sábados à tarde, uma atividade que junta “quem está sozinho, isolado, se sente perseguido, viúvos” no programa “Entre Amigos”. “Queremos cada vez mais apoiar pessoas sem ser pelo telefone”, assegura Teo Martin, garantindo que a instituição já leva a cabo grupos de desenvolvimento pessoal e cursos ligados à saúde emocional, mas pretende fazê-lo ainda mais.


Para 2016, querem aumentar as horas de atendimento e arrancar com um programa de atendimento na Internet. Assim, querem “chegar a mais pessoas” e, especialmente, de “faixas etárias mais jovens”, embora recebam chamadas de pessoas de “todas as idades”, com particular ênfase na faixa 35-65 anos.


Quanto ao género, o rácio é de “70% mulheres e 30% homens”, e no sexo feminino, são mais as mulheres casadas que ligam. Nos homens, é ao contrário.


O Telefone da Esperança prossegue o apoio à saúde emocional, em linha e em pessoa. Tem um plano ambicioso para 2016, como forma de fazer face ao aumento de chamadas em 2015, que não se pretende que se repita mas que é “provável”.

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